segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Quem lê CARAS, não vê coração.

Pelo visto, no Brasil o que faz sucesso em grande mídia é invariavelmente produto de vendagem. Pensando assim, 90% é lixo. A censura presente no que chega a nós é imensa. Quem ganha é você, pois a festa é sua, a festa é nossa, mas é de quem quiser?. Arte vira comércio. Arte é dinheiro. "Talento provado em papel-moeda. Poesia metamorfoseada em cifrão". Isso é pra filme, musica, novela, minissérie e os livros dos gurus. Teatro e dança não tem projeção em toda mídia.

Essa arte para consumo não se preocupa em passar qualquer mensagem, ao contrário do que alegam as superficiais novelas anti-drogas, anti-corrupção e afins, em que é vangloriada a postura “conscientizadora” de uma mídia que só mediocriza e cria opiniões mal formadas e preconceituosas. Opiniões simplistas e grandes responsáveis pelo crença na irreversibilidade do quadro de violência, desigualdade e corrupção que existe no nosso país. Consciência se faz com leitura, discussões, aprofundamentos. Crítica. Vários pontos de vista.

E quando eu já achava que os tempos de caça às bruxas comunistas haviam acabado, caio na real. É incrível como muitas indivíduos, defensores da ordem e do progresso “da nação”, confundem, propositalmente, qualquer manifestação humanista, à favor da liberdade ou maior independência individual, com esquerdismos maquiavélicos, socialismo ou comunismo.

Parece que não conseguem desvincular uma postura mais justa socialmente, ou mais igualitária e libertária, de um compromisso ideológico esteriotipado, típico de um tempo passado que só perde em preconceituosismo com a Inquisição da Santa Ingreja. Se você é de direita, que seja. Se é de esquerda, que seja. Mas não precisa colocar seus preconceitos políticos, quase religiosos, em suas opiniões tendenciosas e contra qualquer coisa que seja dita por seu "rival" ideológico.

É por isso que ainda hoje colunistas, jornalistas de grande prestígio e civis armados da liberdade de expressão tem como função na grande mídia ridicularizar e descaracterizar como utopia infantil qualquer manifestação social, cultural ou artística não tão dentro dos padrões medianos brasileiros. São Diogos Mainardi e seus fiéis - como se fosse necessário dar nome aos bois.

Tais padrões medianos de comportamento são coniventes com a ordem e progresso, que insistem em permanecer na nossa nojenta bandeira do Brasil. Onde já se viu, em pleno século XXI, quando já se superaram, pelo menos na teoria, os preconceitos positivistas da superioridade racial, nacional e da necessidade da ordem para que haja “desenvolvimento”, insistirmos com esse slogan decadente no símbolo máximo do país, que se diz democrático e de pessoas livres. É liberdade vigiada, se for. Outra parte que não nos contam também é o que significa esse desenvolvimento. Se não podemos abrir a boca pra reclamar da falta de pão, da falta de circo, da falta de participação, da falta de saúde e da falta de vida, de que adianta o importantíssimo desenvolvimento excludente?

Ai... assim... não precisa joga fora a televisão e as revistas semanais. Só não acredite em nada que ela fala, quando ela resolver falar alguma coisa. Informação vinculada a compromissos políticos, ideológicos e mercadológicos, não é informação, é formatação, desformação, desinformação, deformação mental, sua e minha, caros amigos.

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