sábado, 7 de novembro de 2009

Infelizmente minha conjuntura não permite mais delongas, mas como pista....
Estou na metamorfose final. O que me parirei não só irá me definir, como irá moldar a forma de todas as outras novas metamorfoseações que se darão ao longo desses 86 anos de vida que ainda me restam

Oxalá me restará alguma pista de onde estive hoje

nao estou!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Muito tempo que não escrevo nada aqui.

Agora não me vejo mais como me via, para poder vomitar o que eu male male engolia sem nem parar pra mastigar. São fases, ciclos. Superei? Regredi? Ambos. Sinto que a cada dia me distancio mais do senso comum, mas também do meu eu. Na verdade só perdi alguns hábitos que me faziam bem.

Que pressa, quanta pressa, que desespero. Viver tudo ao mesmo tempo e ao máximo é difícil. E a pior sensação é a de que se perde tempo. Volto pra onde sempre morei e sinto falta da liberdade de não ter pressões. Pressões que eu mesmo criei e as sustento.

Afinal, tenho amado muito, sentido muito e causado muito. Passo a afastar antigos sonhos de grandiosidade, antigas pretensões ambiciosas e egocentricas. Triste, mas é a fase. Utilizo essa desculpa, ou essa explicação para poder entender o que se passa agora. Realmente me falta parar pra pensar. Novamente regurgito alguma coisa na internet pra que leiam e vejam que vazio que sou e quão vazio somos.

Paz, eu quero paz.

Música boa é Jorge Ben - A Tábua de Esmeralda
Filme bom que eu vi é Dogville. Até quem presa pelo caráter como a coisa mais importante, se torna um cão diante de um frágil e indefeso. Defenderemos o nosso sempre? Grande metáfora para a sociedade. Não a sociedade de hoje, mas a sociedade como conjunto de humanos que se relacionam e vivem juntos.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Tirando as diferenças, somos todos iguais.

A distância que nos separa, gera a força que nos une. Nossos universos não comungam, não se tocam. Intercambiam informações, sensações, sentimentos e momentos, porém sem haver o contato de uma essência com a outra. Solidão. Será que nunca chegarei a tocar em alguém? Nunca serei tocado? O dia que puder, me unirei a algum ou alguem ou algo. Mas aposto que vou sentir falta do meu eu. Eu incógnita, eu passageiro, eu sozinho, eu universo...

O preço de uma consciência menos simplista são algumas compreensões radicalmente desilusívas para uma mente romântica e infantilmente superficial, que costumamos ter até certa idade ou para sempre como individuos comumente iguais. Ao destruir alguns mitos, pararmos de aceitar verdades prontas e pensarmos por nossas próprias cabeças, auxiliados por diferente visões da realidade incompreensível, caimos em uma vala de solidão. Incomunicáveis. Impenetráveis somos. Já que no fundo, no que interessa, seremos sempre isolados. O que é importante é o que importa. Simples mas difícil de se entender. Momentos de plenitude são raros, mas únicos. Busco-os e acho-os. Encontro meus semelhante pela estrada, deixo meus companheiros no caminho e abraço o futuro que me abraça sem pretensões e cheio de ilusões, me enganando quando se materializa, se destruindo ao mesmo tempo. Minha juventude plena, planejada e planejante segue firme, pisando sozinha, incerta e sem saber do que será. Vivo o hoje, esqueço do passado e só penso é no futuro. Tudo errado? Veremos...

"Nada existe; mesmo se o ser existisse, então seria incognoscível; e se fosse cognoscível, então este conhecimento do ser seria incomunicável a outrem."
Górgias de Leontini

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Reflexões acumuladas

Vídeo genial. Parte do filme Waking Life
http://www.youtube.com/watch?v=80NP4zUnwWE&feature=related

Tentar entender o que eu busco em cada ação. Comprender "aonde leva essa loucura, qual é a lógica do sistema?". Colocar um pingo de razão no que faço e no que fazem. Trabalho duro.

Se atravesso o dia em meio a propagandas, que só exploram nossa irracionalidade... se odiamos estudar, pesquisar, conhecer... se nossas buscas são, antes de mais nada, voltadas para a supressão de carências e hedonismos efêmeros, o que vamos enxergar que não seja incompreensível?

As vezes colocam(ou colocamos) uma barreira, uma distância imensa entre nós, humanos mortais, e os grandes homens, os santos, os gênios. É uma forma de dizer:" Isso não é pra voce! Voce é limitado e não conseguirá chegar a nenhum lugar onde outros já não tenham chegado". Nos aconchegamos no conforto estagnante da inferioridade auto-inflingida, auto-determinada. A mediocridade é interessante. Interessante pra quem quer te ver lá em baixo. Em baixo não, na média, mas com a ilusão de que está em cima, porque tem a melhor roupa, o melhor carro, a melhor imagem. Imagem? Superioridade?

Não sei dizer se existem gênios, nunca vi um. Pra mim o que conta no mundo real é trabalho duro. Tudo que eu já conquistei - que ainda é muito pouco - foi fruto da coragem de enfrentar desafios e de perseverança. Mas não uma perseverança burra, ela vinha acompanhada de método e auto-crítica. Nunca vi alguem bem sucedido em suas metas ser preguiçoso no que faz. Mais que depender de uma habilidade nata, agente tem é que tentar, ousar ser diferente, sair do nosso cubo-mundo pra poder ser alguma coisa autêntica, que valha a pena. Para sermos grandes. Não grandes pros outros, mas pra nós mesmos, já que ninguem nunca vai valorizar nosso trabalho como deveria. E é bom que seja assim. Busquemos a auto-suficiência. É inalcançável, mas a busca nos fortalecerá.

Agente é acostumado a enxergar um Deus superior, inatingível, perfeito, com um abismo entre nós e ele. Disso passamos a criar heróis, também perfeitos, inatingíveis e sem defeitos. Com essa lógica, o indivíduo anônimo e não idealizado, apenas faz parte de uma massa, manobrável e obediente, que só busca o que lhe mandaram buscar. Nosso maior problema com certeza são nossas ambições. Queremos ser grandeosos? Não queremos! Gastamos noites, dias, semanas e até vidas inteiras preocupados com nossa aceitação pelos outros, seja exibindo o melhor óculos, a roupa da marca, ficando com qualquer um, ostentando a melhor condição financeira ou de outras mil formas que consigam suprir nossa carência de uma posição e status no nosso ambiente.

Sinto uma paixão inexplicável em tentar desvendar de onde vêm as minhas motivações. Pensando nisso, cheguei à inevitável questão: O ser humano tem em si um desejo inerente de querer ser um igual? Se isso não é natural em nós, como se explica essa propensão a desejarmos ser aceitos em grupos, em religiões, em torcidas de futebol, em classes sociais... em definições?

No final são mais perguntas que respostas. Mas vai ser sempre assim e é bom que seja. Só vou me convencendo cada vez mais que da pra ser diferente. Eu consigo e você consegue. Nós conseguimos o que quisermos, se tentarmos e sonharmos. Mudança. Tem jeito sim!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ser ou estar?

Durante nossa vida nos reinventamos e reinventamos nosso passado. Cada retrospectiva sobre o que passou, é feita sobre a ótica do presente e é selecionado como importante apenas o que hoje nos parece importante ou significativo. Porém só conseguimos recordar coisas que, na ocasião em que ocorreram, decidimos guardar para o futuro, inconscientemente.

Nesse constante reinvento, não há espaço para a pretendida constância da personalidade, nem para a verdade absoluta, nem pessoal. Não existe um EU constante. Quando olho pra uma antiga foto minha, invento toda uma história, com um mínimo de coerência, para me ligar àquela imagem e poder dizer que este ERA eu. Mas não pode ser. O que ESTOU SENDO é uma coisa completamente diferente do que eu ESTAVA SENDO no dia da foto. Talvez o corpo seja o mesmo, mas a mente, as experiências, os pensamentos, são completamente diferentes. O elo é fictício, psicológico, não material e real, já que o corpo também se renova e se recicla a cada dia.

Dessa forma, nós não gostamos de algo, apenas estamos gostando e aprendemos a acreditar que gostamos sempre. Nós não temos vocação para algo, nós acostumamos a nos enxergar assim e acreditamos piamente que os aspectos que falhamos e sucedemos são características a nós inerentes. Inventamos nossa personalidade a partir de atitudes que tomamos inconscientemente, e a tomamos como real e imutável. Assim definimos nossas aptidões e principalmente nossas fraquezas, que deveriam ser diariamente revistas, já que são em seu âmago irreais, a não ser em nossa mente, que as criou.

Portanto, revejo meus problemas e "defeitos" sempre, pois não há nada de constante no que fui agora e no que serei agora mesmo. Não existe nada que não possa ser mudado em mim. O que é externo a nós, pode não ser passível de mudança, mas o que é seu, é problema seu. Apenas tomo cuidado para não julgar exterior o que é na verdade interior. O mundo se apresenta da maneira como decidimos enxergá-lo, lembremos-nos disso e sejamos o que quisermos ser. Sempre melhorando o que não nos agrada e redefinindo nossos passos passados e futuros caminhos, através do presente.

"Sou minha vez vezes mais,
vezes me creio em minha voz a me dizer:
'seja perfeito em quanto der'!
Sou a cara de alguem lupado em mim."
GRAM

Trecho do filme Waking Life
http://www.youtube.com/watch?v=OtYmXFaGgTM

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Quem lê CARAS, não vê coração.

Pelo visto, no Brasil o que faz sucesso em grande mídia é invariavelmente produto de vendagem. Pensando assim, 90% é lixo. A censura presente no que chega a nós é imensa. Quem ganha é você, pois a festa é sua, a festa é nossa, mas é de quem quiser?. Arte vira comércio. Arte é dinheiro. "Talento provado em papel-moeda. Poesia metamorfoseada em cifrão". Isso é pra filme, musica, novela, minissérie e os livros dos gurus. Teatro e dança não tem projeção em toda mídia.

Essa arte para consumo não se preocupa em passar qualquer mensagem, ao contrário do que alegam as superficiais novelas anti-drogas, anti-corrupção e afins, em que é vangloriada a postura “conscientizadora” de uma mídia que só mediocriza e cria opiniões mal formadas e preconceituosas. Opiniões simplistas e grandes responsáveis pelo crença na irreversibilidade do quadro de violência, desigualdade e corrupção que existe no nosso país. Consciência se faz com leitura, discussões, aprofundamentos. Crítica. Vários pontos de vista.

E quando eu já achava que os tempos de caça às bruxas comunistas haviam acabado, caio na real. É incrível como muitas indivíduos, defensores da ordem e do progresso “da nação”, confundem, propositalmente, qualquer manifestação humanista, à favor da liberdade ou maior independência individual, com esquerdismos maquiavélicos, socialismo ou comunismo.

Parece que não conseguem desvincular uma postura mais justa socialmente, ou mais igualitária e libertária, de um compromisso ideológico esteriotipado, típico de um tempo passado que só perde em preconceituosismo com a Inquisição da Santa Ingreja. Se você é de direita, que seja. Se é de esquerda, que seja. Mas não precisa colocar seus preconceitos políticos, quase religiosos, em suas opiniões tendenciosas e contra qualquer coisa que seja dita por seu "rival" ideológico.

É por isso que ainda hoje colunistas, jornalistas de grande prestígio e civis armados da liberdade de expressão tem como função na grande mídia ridicularizar e descaracterizar como utopia infantil qualquer manifestação social, cultural ou artística não tão dentro dos padrões medianos brasileiros. São Diogos Mainardi e seus fiéis - como se fosse necessário dar nome aos bois.

Tais padrões medianos de comportamento são coniventes com a ordem e progresso, que insistem em permanecer na nossa nojenta bandeira do Brasil. Onde já se viu, em pleno século XXI, quando já se superaram, pelo menos na teoria, os preconceitos positivistas da superioridade racial, nacional e da necessidade da ordem para que haja “desenvolvimento”, insistirmos com esse slogan decadente no símbolo máximo do país, que se diz democrático e de pessoas livres. É liberdade vigiada, se for. Outra parte que não nos contam também é o que significa esse desenvolvimento. Se não podemos abrir a boca pra reclamar da falta de pão, da falta de circo, da falta de participação, da falta de saúde e da falta de vida, de que adianta o importantíssimo desenvolvimento excludente?

Ai... assim... não precisa joga fora a televisão e as revistas semanais. Só não acredite em nada que ela fala, quando ela resolver falar alguma coisa. Informação vinculada a compromissos políticos, ideológicos e mercadológicos, não é informação, é formatação, desformação, desinformação, deformação mental, sua e minha, caros amigos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sendo pessimista.

É bom ser pessimista. Muitas vezes também chamados céticos, pessimistas tem melhor visão da realidade. Geralmente não aceitam ilusões pré-fabricadas e acabam sendo mais conscientes e auto-conscientes se comparado ao resto das pessoas. Somos pessimistas ao enxergar o quanto as coisas ao redor são feias, cruéis e injustas. Somos pessimistas ao percebermos o quanto somos falhos, imperfeitos e incompletos. Não há nada de cristão e puro em nossa essência.

O problema é quando nos fechamos na nossa própria miséria ou em nossa falta de perspectiva. O problema é ser fatalista. O problema é quando o pessimismo serve de desculpa para a nossa própria inércia. "Você quer mudar as coisas? Impossível! Há séculos que as coisas são assim.". Assim somos convencidos da imobilidade das estruturas sociais por quem as comanda e por quem deseja que pensemos assim.

Pessimismo é saudável quando paramos de ver a flores onde não existem e passamos a enxergar a podridão e o mau cheiro real das coisas que nos cercam. Só não use essa postura como fator de desistência e imobilidade, que é sua, não do ambiente que te cerca.

"Tenha fé, porque até no lixão nasce flor"
Mano Brown