segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Quem lê CARAS, não vê coração.

Pelo visto, no Brasil o que faz sucesso em grande mídia é invariavelmente produto de vendagem. Pensando assim, 90% é lixo. A censura presente no que chega a nós é imensa. Quem ganha é você, pois a festa é sua, a festa é nossa, mas é de quem quiser?. Arte vira comércio. Arte é dinheiro. "Talento provado em papel-moeda. Poesia metamorfoseada em cifrão". Isso é pra filme, musica, novela, minissérie e os livros dos gurus. Teatro e dança não tem projeção em toda mídia.

Essa arte para consumo não se preocupa em passar qualquer mensagem, ao contrário do que alegam as superficiais novelas anti-drogas, anti-corrupção e afins, em que é vangloriada a postura “conscientizadora” de uma mídia que só mediocriza e cria opiniões mal formadas e preconceituosas. Opiniões simplistas e grandes responsáveis pelo crença na irreversibilidade do quadro de violência, desigualdade e corrupção que existe no nosso país. Consciência se faz com leitura, discussões, aprofundamentos. Crítica. Vários pontos de vista.

E quando eu já achava que os tempos de caça às bruxas comunistas haviam acabado, caio na real. É incrível como muitas indivíduos, defensores da ordem e do progresso “da nação”, confundem, propositalmente, qualquer manifestação humanista, à favor da liberdade ou maior independência individual, com esquerdismos maquiavélicos, socialismo ou comunismo.

Parece que não conseguem desvincular uma postura mais justa socialmente, ou mais igualitária e libertária, de um compromisso ideológico esteriotipado, típico de um tempo passado que só perde em preconceituosismo com a Inquisição da Santa Ingreja. Se você é de direita, que seja. Se é de esquerda, que seja. Mas não precisa colocar seus preconceitos políticos, quase religiosos, em suas opiniões tendenciosas e contra qualquer coisa que seja dita por seu "rival" ideológico.

É por isso que ainda hoje colunistas, jornalistas de grande prestígio e civis armados da liberdade de expressão tem como função na grande mídia ridicularizar e descaracterizar como utopia infantil qualquer manifestação social, cultural ou artística não tão dentro dos padrões medianos brasileiros. São Diogos Mainardi e seus fiéis - como se fosse necessário dar nome aos bois.

Tais padrões medianos de comportamento são coniventes com a ordem e progresso, que insistem em permanecer na nossa nojenta bandeira do Brasil. Onde já se viu, em pleno século XXI, quando já se superaram, pelo menos na teoria, os preconceitos positivistas da superioridade racial, nacional e da necessidade da ordem para que haja “desenvolvimento”, insistirmos com esse slogan decadente no símbolo máximo do país, que se diz democrático e de pessoas livres. É liberdade vigiada, se for. Outra parte que não nos contam também é o que significa esse desenvolvimento. Se não podemos abrir a boca pra reclamar da falta de pão, da falta de circo, da falta de participação, da falta de saúde e da falta de vida, de que adianta o importantíssimo desenvolvimento excludente?

Ai... assim... não precisa joga fora a televisão e as revistas semanais. Só não acredite em nada que ela fala, quando ela resolver falar alguma coisa. Informação vinculada a compromissos políticos, ideológicos e mercadológicos, não é informação, é formatação, desformação, desinformação, deformação mental, sua e minha, caros amigos.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Sendo pessimista.

É bom ser pessimista. Muitas vezes também chamados céticos, pessimistas tem melhor visão da realidade. Geralmente não aceitam ilusões pré-fabricadas e acabam sendo mais conscientes e auto-conscientes se comparado ao resto das pessoas. Somos pessimistas ao enxergar o quanto as coisas ao redor são feias, cruéis e injustas. Somos pessimistas ao percebermos o quanto somos falhos, imperfeitos e incompletos. Não há nada de cristão e puro em nossa essência.

O problema é quando nos fechamos na nossa própria miséria ou em nossa falta de perspectiva. O problema é ser fatalista. O problema é quando o pessimismo serve de desculpa para a nossa própria inércia. "Você quer mudar as coisas? Impossível! Há séculos que as coisas são assim.". Assim somos convencidos da imobilidade das estruturas sociais por quem as comanda e por quem deseja que pensemos assim.

Pessimismo é saudável quando paramos de ver a flores onde não existem e passamos a enxergar a podridão e o mau cheiro real das coisas que nos cercam. Só não use essa postura como fator de desistência e imobilidade, que é sua, não do ambiente que te cerca.

"Tenha fé, porque até no lixão nasce flor"
Mano Brown

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ética epicurista

- Epicureus(300 a.C) Buscavam o prazer. Qualquer tipo de sofrimento é considerado ruim. Pensavam racionalmente o prazer, com os ideais de temperança, auto-controle e serenidade. Não valorizavam o prazer efêmero. “não temer os deuses”. Não se interessavam pela política e sociedade. Viva em reclusão. Influenciados por Sócrates.
EPICURO(341 a.C – 270) - As chaves da felicidade consistem em ter amigos – “alimentar-se sozinho é para lobos”, “quando for fazer uma refeição, pondere suas companhias e não o que servirão de alimento” -, viver em liberdade – se livrar do ambiente competitivo do meio urbano, buscando indepência econômica “precisamos nos libertar das prisões da rotina e da política”, precisamos nos livrar do que os outros pensam e da necessidade de provar aos outros certas coisas, principalmente de ordem financeira. A 3ª chave era uma vida de reflexão – necessitamos de um tempo para nos analisarmos e perceber oque nos aflige e preocupa, para que diminuiamos nossas ansiedades e sejamos mais auto-conscientes.

Chama?

Conversas com o travesseiro

"... Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver". Amir Klink

Emociona-me tais palavras. É com a humildade de eternos aprendizes que poderemos chegar a algum conhecimento, incerto. Se busco novos horizontes e caminhos inexplorados, é porque acredito que podemos ser diferentes. Nos impomos limites muitas vezes desnecessários. Você não acredita em voce? Não acredita no seu potencial? Tenho medo. E se eu me perder? E se eu não achar o caminho de volta? O risco é demais para se arriscar. Prefiro ficar aqui. Sentado. Empurrado com a vida que não pede licença. Tão cedo pra desistir. Destino traçado. Fim previsto, inevitável e... comum. Estamos fadados ao que nos convencermos que estamos. Estou fadado a loucura do final do que não fui. E o que fui? Já não mais meu, segue seu próprio destino, destinado por mim, eterno autor de meus passos em falso e pegadas em asfalto.

O que eu tenho feito de novo? Minha segurança me trava, me barra, me prende ao solo, fértil, mas da monocultura eterna da certeza do amanha. Não tenho ambições, um homem deve-se fixar na terra que lhe fora destinada. Sou do tamanho que quero! Sou a criatura do que vejo... O que vejo? Apto, me adapto, me mudo, me conformo. Jamais me conformo! Depois me sinto. Segurança vem de falhas, Vem de erros. Vem de acertos cegos, na noite impenetrável do não sei. Ser pioneiro, vanguarda, mas pra que tudo isso? Sempre vai haver um para colocar-se em risco primeiro. Sou fruto, resultado, eterno seguidor de pastores, que querem meu bem, ou o próprio bem. Só não ouso tentar. Só não ouso. Calma. Leve. Certo. Deixo-me ficar, porque amanha segue a toada, do eterno reterno ao nada eterno, terreno, imenso de possibilidades não aproveitadas. Me provo? Aprovo! Sou a criatura do que sinto. Não sinto? Relaxo, deixo entrar, qualquer que seja o sentimento. Tudo é barreira. Nunca relaxo, me sinto é nú em frente a multidão. Não ouso relaxar. Não ousar sentir, é não ousar tentar que é não ousar viver, com o próprio pé. Viva com a cabeça, caia de cabeça. Que se apresente agora o primeiro sentimental, sensitívo, sensível! Todos vestem máscaras confortáveis. Sentindo o que te mandaram sentir, não se sente, se consente. Sou sensível, tenho medo de altura, de amor, do escuro da solidão sentida. Balela. Medo é privação, medo não se sente, medo te consome. Sinta sua solidão se és sensível. Hipócrita.

Palavras vãs. Profundamente insignificantes. Só porque me deixei levar.... e deixo

Assistir: LavourArcaica - Luiz Fernando Carvalho

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Internet vs Industria Cultural

Considerando a atual difusão da pirataria e propagação de arte, notadamente o cinema e música, pela internet, é importante questionarmos até que ponto essa tendência, aparentemente irreversível, é uma conseqüência da maneira como a industrial cultural se impôs na nossa sociedade ocidental consumista.

Com a adequação das produções de massa para os padrões do puro entretenimento, que não alimentam nenhum senso crítico e apenas reproduzem fórmulas passíveis de serem comercializadas, nota-se uma banalização e até desaparecimento da arte em sua forma natural, já que as manifestações culturais artísticas autênticas, que não têm como principal finalidade o lucro e tendem a passar uma visão de mundo naturalmente não massificada, são suprimidas pelos diversos meios de comunicação e divulgação, estando fadadas à obsolescência pela grande mídia.

Nesse contexto, a arte em geral perde o valor humano que tivera outrora, pois não representa mais a manifestação de uma visão de mundo e cultura particular, e sim uma reafirmação de um sistema que anula as diferenças e busca unicamente a padronização comportamental e ideológica do indivíduo.

No novo contexto, quem perde mais são as anteriormente lucrativas gravadoras e produtoras, que dominam alguns meios artísticos e exercem grande interferência no produto final. Músicos pop terão que buscar outras maneiras de garantir o seu tão almejado dinheiro, já que a difusão do compartilhamento de musicas pela internet e a pirataria acaba por quase destruir a receita da venda de discos.

Por outro lado, artistas que não se submetem às exigências mercadológicas da indústria de massa não se mostram tão afetados pela internet. Ao invés de se sentirem prejudicados, utilizam a rede mundial de computadores como forma de divulgação, com eficiência e eficácia sem precedentes, já que atingem o público mais facilmente e conseguem reconhecimento muito mais pelo talento e inovação na produção, do que pela tática de marketing que fora empregada na divulgação do trabalho.

Esse novo fenômeno traz uma divisão de gêneros e sub-gêneros musicais que jamais houvera antes, pois qualquer inovação artística, mesmo que não se torne tendência a ser seguida, conseguirá seu público, por menor que este seja. É nesse refluxo de possibilidades criativas que percebemos como há uma tendência crescente à rejeição das manifestações culturais de massa, corrompidas pelo lucro, em detrimento da arte pela arte, ou cultura alternativa, que é muitas vezes um grito abafado ganhando força através da reconhecida principal vantagem da indústria cultural: a facilidade de divulgação.

Portanto, a pirataria online, assim alcunhada pelas gravadoras, ou o compartilhamento de arquivos via internet, é em seu âmago uma tendência oposta à uniformização e padronização dos gostos estéticos e artísticos proposto pelas corporações que trabalham com a arte. Desse modo, há uma mudança no ganha pão dos artistas, que se desvinculam fortemente das algemas das empresas, e voltam a ter a liberdade criativa inerente ao ofício, gerando um ambiente social cultural mais diversificado e possivelmente mais crítico, que disponibiliza de mais recursos para se defender da imposição cultural atualmente existente.


Giovani E. Ribeiro 22/09/2008

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Minha tribo sou Eu

"Minha Tribo Sou Eu
Zeca Baleiro

eu não sou cristão
eu não sou ateu
não sou japa
não sou ticano
não sou europeu
eu não sou negão
eu não sou judeu
não sou do samba
nem sou do rock
minha tribo sou eu

eu não sou playboy
eu não sou plebeu
não sou hip hight skin head nazi farizeu
a terra se move falou Galileu
não sou maluco nem sou careta
minha tribo sou eu

ai ai ai ai ai
ié ié ié ié ié
pobre de quem não é cacique
nem nunca vai ser pajé"



Música genial. Pra que se moldar à imagem e semelhança de? Se eu é que me visto, me visto de mim mesmo. Não obedeço regras. Não quero o melhor carro. Não quero o que é seu.

Pobre de quem não é cacique e nunca vai ser pajé.

Assim, eu escolho meu parâmetro de comparação, dai eu sou melhor que qualquer um, sou melhor que todos. Mas mais que isso, eu tento fazer o melhor de mim. De que adianta ser melhor que? É quase todo mundo na média, igual e ainda tentando imitar manequins. O que temos de melhor, escondemos a sete chaves. Quanto mais medíocre melhor?

Não. Se o parâmetro sou eu, não me comparo com você. E minha tribo sou eu, quer entrar? Então tira sua roupa comprada e pinta uma nova. Pinta com um pouco de tudo que voce viu nos outros e gostou, com tudo que viu em voce e gostou. Crie e invente. Use a sua liberdade de ser e seja.

O objetivo é "fazer das diferenças, a base da convivência". Essa é minha tribo.

Soy loco por ti

"Ao chegar à Bahia para participar da cúpula América Latina-Caribe, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, saudou a presença de Cuba no encontro e disse que a região está formando um time como o de Pelé. Chávez classificou a presença de Cuba como a representação da união de toda a América Latina.
(...)
O presidente venezuelano disse que a América do Sul deve falar com voz própria e exigir respeito do novo governo dos Estados Unidos. "Agora que vem um novo presidente dos EUA, é propício que a América do Sul fale com sua prória voz e peçamos respeito ao novo governo dos EUA. Viram a sapatada que atiraram no Bush?".

Chávez afirmou preferir participar de uma reunião de países latino-americanos e caribenhos na Bahia do que em Nova York ou Miami. "É o mais positivo e interessante para a independência do nosso continente que nos reunamos sozinhos, sem a hegemonia, o protetorado do império. Já basta de império", disse Chávez em um dos hotéis do balneário Costa do Sauípe, localizado a cerca de 100 km de Salvador.

Chávez faltou ao encontro do Mercosul, realizado na manhã de terça-feira, mas participa à tarde da Cúpula da América Latina e do Caribe, a primeira na história sem a presença dos EUA e da União Européia."

Fonte: Reuters News

Grande mudança? Distante de qualquer afinidade ou rejeição ao presidente da Venezuela, creio que uma coisa é certa: já é hora de formarmos a comunidade Latina pela qual muitos de nossos antepassados lutaram a favor. Somos latinos, temos um passado em comum e um destino em comum. Já passa da hora de deixarmos de ser quintal de um país e celeiro de outros. Ao invés de fomentarmos pequenas e infantis rivalidades internas, devemos é nos unir fraternalmente, como faz a UE, para crescermos economico e socialmente juntos.

"Tenho 25 anos de sonhos de sangue e de América do Sul.
Por conta desse destino tango argentino me vai bem melhor que um blues.
Sei que assim falando pensas que esse desespero é moda em 76.
Eu quero é que esse canto torto feito faca corte a carne de vocês"
Belchior

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

2+2=5

Ontem assisti o vídeo de animação feito para o clipe da banda britânica Radiohead - muito boa por sinal - para a música 2+2=5.

Considero esse post um prolongamento do "Revendo meus sonhos..."

Assista:
http://www.youtube.com/watch?v=lstDdzedgcE


2+2=5
(Thom Yorke)

Are you such a dreamer
To put the world to rights?
I stay home forever
Where two and two always makes up five

I lay down the tracks
Sandbag and hide
January has april's showers
And two and two always makes up five

Its the devil's way now
There is no way out
You can scream it, you can shout
It is too late now

Because
You have not been paying attention
paying attention
paying attention
paying attention
You have not been paying attention
paying attention
paying attention
paying attention
You have not been paying attention
paying attention
paying attention
paying attention


I try to sing along
But I get it all wrong
'Cause I'm not
'Cause I'm not
I swat 'em like flies but like flies the bugs keep coming back NOT
But I'm not

All hail to the thief
All hail to the thief
But I'm not
But I'm not
But I'm not

Don't question my authority or put me in the dock
'Cause I'm not
'Cause I'm not

Oh go and tell the king that the sky is falling in
When it's not
But it's not
But it's not
Maybe not
Maybe not"


Para mim, o vídeo mostra figuradamente como os porcos(capitalistas), que atualmente não têm cara nem coração e sim logotipo, exploram os reles homens-boi ou vacas, antigo terceiro estado agora convertido em consumidores assalariados.

Nessa lógica cada vaca recebe sua cota mensal, passivel de ser convertida em ração. Tal cota é proporcional ao nível de dedicação individual à perpetuação do sistema vigente e ao aperfeiçoamente intelectual que a vaca recebe durante a vida, destinado unicamente a um melhor desempenho em sua função na engrenagem social.

Vale lembrar que a ração não é apenas uma alimentação, mas sim toda sorte de suplementos, replementos e complementos de vida, portanto considerados vitais para a existência, que nos são divulgados e propagandeados pela grandeosa caixinha mágica em frente ao sofá.

Mas não é só isso, para garantirmos o funcionamento dessa lógica onde 2+2 são 5, falta o +1, que pode ser identificado por outros homens-boi, cuja função é a de manutenção da ordem e da obediência de seus semelhantes a terceiros, que naturalmente não querem o bem dos pobres bois. A isso chamamos polícia e seus anexos. Uma importante subdivisão desse último termo da equação, leva o nome BOPE, cujo papel é vital em algumas cidades brasileiras: eliminar bois que não se adequaram ao rebanho, seja por faltar ração para todos ou pelo fato de 10% dos bois necessitarem de mais de 80% do pasto mundial, pela lógica 2+2=5.

Assim o mundo se torna uma grande fazenda, onde os celeiros do mundo abrigam a maior parte das vacas magras, ao lado dos bois bandido, detentores do luxo, do glamour e do celeiro como um todo.

Quem engorda nessa grande equação são apenas corporações, hoje maiores que Estados nacionais e indivíduos, cujas fezes transformam o que se chamava Terra num grande aterro hostil à vida, e cuja fome insaciável por tudo e todos acaba com o antes infinito suprimento de rações superficiais e fúteis.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Revendo conceitos...

Escrevi esses dias a uma amiga...

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
Clarice Lispector

Minha intençao é destruir edifícios. O meu, o seu e o de todo mundo. O problema é achar força pra reconstruir alguma casinha. Encontrada a força, você é capaz de fazer a mansão que quiser. Mansão que pode ser destruida com o mais simples sopro, novamente. Aí as vezes é melhor ficar só com a casinha mesmo.

Ou seja, não existem certezas. Então não se apegue as suas.
Triste, porém lindo.

Quanto mais rígido o pensamento, maior o desespero com o novo.

Dai a necessidade de rever nossas crenças e certezas.

A História se repete.

"A História se repete, mas não como tragédia e sim como farsa"
Karl Marx


"(...)A idéia de criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa possivelmente partiu de impulsos visando à adoção no continente de estruturas de seguranças pós-Guerra Fria, à margem dos Estados Unidos e, portanto, da Organização dos Estados Americanos(OEA). Seria o encerramento de longa temporada de serviços prestados sobretudo ao que os americanos consideravam essencial à sua segurança nacional. Leia-se "contenção do comunismo". O golpe militar de 1954 na Guatemala, foi abonado pela CIA, conforme admitiu em suas memórias D Eisenhower, sob o argumento de que Moscou se instalava no país centro-americano.

Esse primeiro grande trauma latino-americano com raízes na Guerra Fria contraria, se necessário, com a cobertura legal do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca(TIAR), assinado no Rio de Janeiro em 1947 e ainda vigente. Na esteira de contorcionismos exercitados como justificativas de "operações sujas" que tiveram seu auge na década de 1970, os americanos poderiam defender-se da "ameaça do comunismo" invocando o direito de "defesa coletiva" inscrito no TIAR. O "ataque" a um - no caso, a Guatemala - seria um ataque a todos, abrindo caminho ao uso do direito de "legítima defesa", individual ou coletiva.
(...)

Sobrevivem mais dois componentes da estrutura de segurança que a América Latina herdou da Guerra Fria. A Junta Interamericana de Defesa e a Escola das Américas. A Junta foi, afinal, transformada em unidade da OEA. Ficou, portanto, sobre controle civil. A idéia de criação de um Conselho Sul-Americano de Defesa se contrapõe aos que querem "descongelá-la", com o anti-terrorismo substituido o anticomunismo.

Com a devolução do Canal do Panamá, em 1999, a Escola das Américas, centro de formação de militares e tida como escola de ditadores, deslocou-se para Forte Benning, em território americano, e mudou de nome. É, agora, o Instituto Western do Hemisfério para a Cooperação de Segurança. Tentativa de livrar-se da marca maldita. Mas continua treinando militares latino-americanos em técnicas de contra-insurgência, o que no passado representou torturas e golpes. Pinochet estudou nela. Sai comunismo, entra terrorismo. Quanto a TIAR, apagou-se na prática com a Guerra das Malvinas, em 1982. Os Estados Unidos ficaram com a Grã-Bretanha, contra um país do continente, a Argentina. E o Tiar?, perguntavam os argentinos. Só valia contra Moscou, que depois deixou de ser ameaça.(...)"

Newton Carlos. Revista Mundo, Setembro 2008.


Será que vamos continuar a participar de guerras que não são nossas? Guerra global contra o terrorismo? Por favor, não me inclua nessa batalha. Já passa da hora de levantarmos bandeiras nossas e pararmos de importá-las. Por mim apoiamos o Eixo do Mal na sua Marcha contra o Império. Qualquer luta contra o opressor é válida. Portanto, subvertei-vos!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Repensando meus sonhos...

"e os ratos engordando dia a dia com os nossos sonhos podres..."
Fred 04

Sonhe com dinheiro, com uma família apresentávelmente comum: casar, ter filhos e "sustentá-los" com toda sorte de luxo. Sonhe com o carro do ano, o iPhone do ano, o bem remunerado emprego, o cargo de poder, a posição de status, o reino dos céus...

Almejar tudo isso é comprar o sonho alheio, o sonho vendido pela televisão e pelo outdoor. Assim você sonha, sem sequer refletir sobre o porque desse sonho, os sonhos que ELES planejaram detalhadamente que você deveria sonhar, para o bem DELES, é claro. Desejar isso é engordar os ratos que te enganam com a promessa de felicidade, que invariavelmente não vem.


Dai a necessidade de rever nossos sonhos e aspirações.

MINHA CONCLUSÃO: A vida não tem sentido. Se o seu objetivo de vida é na essência igual ao de todo mundo, considere-se manipulado. Prefiro a angústia da falta de sentido do que viver na obediência e ignorância, inerente a quem é irrefletidamente contente, no conforto da falsa certeza. Pra falta de sentido inerente a vida, eu crio e invento o meu próprio sentido, que muda e se transforma todo dia. A vida não é uma certeza, pra mim. Ao menos minhas ambições e ilusões são minhas, não imposições.


(Terceiro do Plural - Engenheiros do Havaí)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Genesis.

Depois de muito hesitar criei um blog.

Ontem eu estava inspirado pra falar sobre isso, agora já não estou, mas como havia decido firmemente que o criaria, o criei. Em outra postagem eu falo sobre objetivo ou sobre qualquer coisa que eu queira fazer com ele. Também posso explicar o título, que é de certa forma auto-explicativo, mas vale uma digressão.

Vou disponibilizar aqui textos meus, textos que eu gostar, dicas/críticas de filmes, músicas e essas coisas. O objetivo final é ler e ser lido. Mudar e ser mudado. Compartilhar, com quem tiver afim, a minha práxis.



Não sei mexer ainda com blogspot, mas logo saberei e causarei.



Aqui um pequeno vídeo que assisti ontem:

http://www.youtube.com/watch?v=lgmTfPzLl4E



Ajuda a entender que ser honesto, pagar corretamente os impostos, dar bom dia ao porteiro e dar um dinheirinho pra instituição de caridade nem sequer minimiza o quanto destruimos. Você, invariavelmente, estraga muito mais do que ajuda. Conclua o que quiser. Se cobre se achar necessário, se responsabilize se achar justo. Culpe os outros e o governo, justificando o seu erro, seu conformismo e inércia, de forma superficial e ilusória, se quiser.



Boa tarde.

"Todo Genesis(ou busca) parte de uma situação anterior, insustentável, intolerável, ou apenas incompreensivelmente incompleta."

(Well You Needn't - Miles Davis)