sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Reflexões acumuladas

Vídeo genial. Parte do filme Waking Life
http://www.youtube.com/watch?v=80NP4zUnwWE&feature=related

Tentar entender o que eu busco em cada ação. Comprender "aonde leva essa loucura, qual é a lógica do sistema?". Colocar um pingo de razão no que faço e no que fazem. Trabalho duro.

Se atravesso o dia em meio a propagandas, que só exploram nossa irracionalidade... se odiamos estudar, pesquisar, conhecer... se nossas buscas são, antes de mais nada, voltadas para a supressão de carências e hedonismos efêmeros, o que vamos enxergar que não seja incompreensível?

As vezes colocam(ou colocamos) uma barreira, uma distância imensa entre nós, humanos mortais, e os grandes homens, os santos, os gênios. É uma forma de dizer:" Isso não é pra voce! Voce é limitado e não conseguirá chegar a nenhum lugar onde outros já não tenham chegado". Nos aconchegamos no conforto estagnante da inferioridade auto-inflingida, auto-determinada. A mediocridade é interessante. Interessante pra quem quer te ver lá em baixo. Em baixo não, na média, mas com a ilusão de que está em cima, porque tem a melhor roupa, o melhor carro, a melhor imagem. Imagem? Superioridade?

Não sei dizer se existem gênios, nunca vi um. Pra mim o que conta no mundo real é trabalho duro. Tudo que eu já conquistei - que ainda é muito pouco - foi fruto da coragem de enfrentar desafios e de perseverança. Mas não uma perseverança burra, ela vinha acompanhada de método e auto-crítica. Nunca vi alguem bem sucedido em suas metas ser preguiçoso no que faz. Mais que depender de uma habilidade nata, agente tem é que tentar, ousar ser diferente, sair do nosso cubo-mundo pra poder ser alguma coisa autêntica, que valha a pena. Para sermos grandes. Não grandes pros outros, mas pra nós mesmos, já que ninguem nunca vai valorizar nosso trabalho como deveria. E é bom que seja assim. Busquemos a auto-suficiência. É inalcançável, mas a busca nos fortalecerá.

Agente é acostumado a enxergar um Deus superior, inatingível, perfeito, com um abismo entre nós e ele. Disso passamos a criar heróis, também perfeitos, inatingíveis e sem defeitos. Com essa lógica, o indivíduo anônimo e não idealizado, apenas faz parte de uma massa, manobrável e obediente, que só busca o que lhe mandaram buscar. Nosso maior problema com certeza são nossas ambições. Queremos ser grandeosos? Não queremos! Gastamos noites, dias, semanas e até vidas inteiras preocupados com nossa aceitação pelos outros, seja exibindo o melhor óculos, a roupa da marca, ficando com qualquer um, ostentando a melhor condição financeira ou de outras mil formas que consigam suprir nossa carência de uma posição e status no nosso ambiente.

Sinto uma paixão inexplicável em tentar desvendar de onde vêm as minhas motivações. Pensando nisso, cheguei à inevitável questão: O ser humano tem em si um desejo inerente de querer ser um igual? Se isso não é natural em nós, como se explica essa propensão a desejarmos ser aceitos em grupos, em religiões, em torcidas de futebol, em classes sociais... em definições?

No final são mais perguntas que respostas. Mas vai ser sempre assim e é bom que seja. Só vou me convencendo cada vez mais que da pra ser diferente. Eu consigo e você consegue. Nós conseguimos o que quisermos, se tentarmos e sonharmos. Mudança. Tem jeito sim!

Um comentário:

Na borda do Abismo disse...

Boa reflexão ...
Quanto ao último parágrafo, Voltaire já dizia que os homens deveriam ser avaliados pelas perguntas que fazem e não pelas respostas que dão.

Um abraço,
Santana